terça-feira, 26 de outubro de 2010

O improvável me faz feliz

Os meus melhores textos foram inspirados em momentos de tristezas ou libertações. Por isso resolvi não escrever nada na última semana e pular direto para a sensação de novidade. Os fins dos relacionamentos são curiosos. O sentimento de perda, totalmente utópico, insiste em rodear, parece que não há prazer ou amor sem a dor profunda de um rompimento. Bobagem, eu digo!

Sofremos com o fim de qualquer coisa. De um trabalho, de um namoro, de uma amizade, de tudo que um dia traçamos como meta e nos dedicamos. Não é frustração, não é fracasso, é simplesmente o fim. E o fim de um ciclo invariavelmente remete ao início de outro. De lições em lágrimas, de dor em esperança, de novo ao próximo fim, assim vou tecendo a minha história.

Daqueles que um dia passaram pela minha vida e se foram, carrego uma ponta de saudade e as lembranças (boas e ruins). Dos que ficaram, mas mudaram seu posicionamento dentro da minha rotina - louca e cada dia mais improvável - larguei das mãos, mas os vejo assim bem próximos, bem queridos, ainda!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Deixar rolar

... aquela vontade de estar junto com alguém, mesmo que sem compromisso, principalmente sem obrigações! e do ciúme bobo, infantil, que consome por dois minutos os pensamentos! e passa... e acha graça. Pra que sacramentar algo tão simples?... dar o título, rotular, explicar o que na verdade nem sentido faz - que aconteceu e pronto. Parar de respirar, sentir o coração pulsar muito forte, dançar - dançar muitoooooooooo - perder a cabeça, nunca foi tão bom! Nunca foi tão livre; tão discreto; tão escancarado!!! Uma vontade louca de gritar alto e mais forte num único sorriso gentil... de se fazer notar, de ser notada sem querer, disso tudo não fazer a mínima diferença no resultado final.

- para ler ouvindo "Deixa Rolar" do Remix SB

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Perigo do acaso

A maioria das vezes que me peguei envolvida com algo ou alguém foi por pura manobra do destino... não sei se sou relapsa ao ponto de não perceber o que acontece a minha volta, ou se (hoje) me permito navegar calmamente ao som dos pássaros - enquanto uma forte correnteza me arrasta e arruína as marginais do meu rio.

Prefiro pensar que é sorte! E que até as coisas que dão erradas fazem parte de um plano maior que um dia dará certo! Se eu tiver que errar, errar e errar pra descobrir o gosto das lágrimas de um amor não correspondido, de uma briga mal resolvida, de uma burrada ou deslize insignificante - que levou a uma avalanche, enfim. Me tranquei por muito tempo no medo de dar errado e agi, quase que, sempre certo. Não o certo puro e simples, do bem, mas sempre segui as linhas riscadas por outras pessoas, àquelas da ditadura social, da felicidade aparente e solidão íntima!

O meu propósito hoje é outro! É arriscar, saltar de asa delta, viajar, estar sozinha (e bem comigo), me sentir linda, me achar linda, ouvir elogios e acreditar! Ser querida, desejada, amada! E amar, dar e receber prazer, ter uma lista infinita de amigos, amigos de baladas, amigos de boteco, verdadeiros amigos. Quero trilhar pela mata e voltar arranhada, tropeçar, cair e rir muito da vergonha de não ter vergonha de mim!

Penso que se tiver que machucar e esperar cicatrizar, ou se receber o maior dos amores e conseguir corresponder, eu vou faze-lo! Não quero o sentimento de feliz ignorância... no perigo e vivendo do acaso sou feliz e tenho consciência disso!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Os opostos se atraem?

Sempre ouvi esse ditado, por vezes achei que era mentira. Afinal como duas pessoas que não tem afinidade, não gostam das mesmas coisas, não se espelham, podem ficar juntas? Por vezes achei que fosse verdade! É enxergar no outro tudo aquilo que você sempre odiou e exatamente por isso te atrair tanto. É a diferença, o curioso, o mistério, a charada que desafia. Se esses relacionamentos darão certo, já é outra conversa.

Sempre acreditei no amor como única forma de relação entre dois seres, e aqui incluo amizade, profissionalismo, ou seja, tudo o que envolve mais de um. Hoje, consigo entender que o amor, puro e simples, é a apenas a cereja do bolo. E que há diversas formas de ser feliz ao lado de quem é diferente da gente.

Foi na diferença que achei as particularidades dos meus relacionamentos e me vi igual, tão próxima, de pessoas tão diferentes e com realidades distantes da minha. Agora, sinto falta das diferenças que me completaram durante três meses.


* Para ler ouvindo "Vícios e virtudes" - Charlie Brown Jr.

"Só o que é bom dura o tempo o bastante pra se tornar inesquecível"

Bye bye

* escrevi esse texto para me "despedir" dos companheiros de trabalho e aventuras Adriano, Ban, Fabiano, Davi e Eduardo.

Pensei em muitas formas de me despedir... num vídeo... numa declaração assim mais improvisada. Mas, eu sou boa mesmo é com as palavras escritas. Ou pelo menos eu acho que eu sou. E é assim escrevendo algumas linhas que achei a maneira mais franca de dizer um adeus bacana e sem muitos rodeios a vocês. Foram três meses de convivência, dias difíceis, dias tranqüilos, outros cheios de risadas e bebedeiras. Mas, o que eu levo comigo é o aprendizado. Um pedacinho de cada um que agora também faz parte de mim e da minha história de vida. Aprendi que o tempo passa rápido durante os bate-papos em Londrina e devagar nos dias de frio em Gramado. Aprendi com o Adri que posso ser melhor profissionalmente, que me controlar não pode e não é, de fato, um sofrimento. Aprendi que as amizades as vezes vem de outras vidas. Que um abraço é tudo o que a gente precisa, e que mesmo se você não concorda com alguma coisa, você pode dizer, porque estamos aqui pra isso. Dele vou levar um picadinho de autoconfiança, a mesma que me fez enxergar que posso me sentir cada dia mais bonita, mais especial e dar o melhor de mim em tudo o que eu fizer. Do Fabi eu tirei e guardei pra mim o que nem ele sabe, ou pelo menos, não demonstra ter. Ternura! Sim, é possível ser terno durante o trabalho e no fim das baladas. Aí, durante todo o processo eu pensei que já conhecia todo mundo, que teria uma noção do que escrever sobre cada um. E conheço pelo menos um pouquinho de cada jeito e personalidade dos “meus meninos”. Mas, o que me surpreendeu mesmo foi a falta de palavras e definições, ou conceitos sobre o Ban. Acho que o que mais chega perto é o contraste. A pessoa mais realista e amarga que conheço, definitivamente, ainda assim uma das mais sensíveis, amigas e verdadeiras, fica complicado definir alguém assim. Mas, dele vou levar comigo os bons momentos de conversas e uma nova visão do mundo. Pronto, passei pelo Quarteto Fantástico, com lágrimas nos olhos e um “enxume” de carinho. Agora vou tentar alcançar a Liga da Justiça. Bem, o Du é o mesmo desde o primeiro dia, fofíssimo, extremamente gentil, com ele aprendi a ser doce mesmo no maior dos estresses. Aí na metade do projeto, quando pensei que nada mais haveria de novo, me chega o Davi e suas formas caricatas. Discrição é seu sobrenome. E sua inteligência criativa ultrapassa todo e qualquer limite de humor, uma figura!
E é assim, com o mínimo de palavras (que eu consegui reduzir) que deixo um pouquinho de mim para vocês. O agradecimento pelo respeito, carinho, amizade e paciência que todos tiveram comigo.
“Todo sopro que apaga uma chama reacende o que for pra ficar”
Beijos

quarta-feira, 10 de março de 2010

Muito

Qual o preço de ser diferente? Eu sei muito bem qual... é ter muito, ser muito, tudo sempre muito! Você ama muito, se dedica muito, se deixa ferir muito, se deixa amar muito, quebra muito a cara! Sendo muito aprendi que o lado bom de tudo pode ser maior e mais intenso. Aprendi que o lado ruim só ganha essa proporção "muito" se eu deixar e hoje é assim que levo a minha vida, de muito em muito.

Me jogo muito, me declaro, me queimo, me permito abraçar, ser abraçada e acolhida. Mais do que muitos amigos, ter uma família com muitos irmãos. Aqueles que eu escolhi, que me preenchem, que estão por perto e de muito longe são muito íntimos.

No muito aprendi também a me dar, a me possbilitar a tudo e a todos. Não há necessidade de me sacrificar em atender sempre, mas estar muito disponível as boas ciladas da vida, ser muito livre.

Consegui enteder também que ligar muito, estar muito, poder muito, as vezes atrapalha, mas me completa! Ouvir muito "eu te amo" da sua melhor amiga, da sua mãe, estar muito presente com seus irmãos, de sangue, de alma, pode ser muito gratificante.

E desses muitos o ser feliz, imperfeito, inscontante, inquieto, intranquilo, o quase ruim, todos juntos, o muito importante!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sinais - Sorriso Maroto

Talvez a música que explique com maior precisão, clareza e veracidade o fim simples de um relacionamento longo.

Sinais - Sorriso Maroto

Se é pra viver um grande amor,
Sei que é preciso cultivar
Hoje aprendi com o que passou
Que cada detalhe vai somar

Fui desatento, meu amor
Quem ama tem que reparar
Ver em você o que mudou
E se é preciso eu mudar
Ouvi seu silêncio de mulher
Ver os sinais que você dá
Discretamente bate o pé, mexe os cabelos sem parar,
Pinta as unhas de café, vive olhando pro nada...

Perdão, amor, se levei tempo demais
Deixei uma porção de coisas pra trás
Errei em só olhar pra mim
Meu bem, nunca te vi assim
Nem só de amor se vive uma relação
Cada detalhe que perdi foi um grão

E quantos grãos deixei cair
Será que já chegou ao fim
Pior de tudo é perceber
Que você vinha dando sinais e eu não vi

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O desejo e o medo

Desejei tanto a liberdade, a falta de compromisso, a autoridade sobre minha própria vida e tive medo de tudo isso. Tive medo de fracassar, de falhar, de não aprender a viver sozinha. E, ao que tudo indica, estou vivendo. Tenho minha família ao meu lado, sim, e louvo aos orixás por isso, mas estou sozinha. Pela primeira vez em 23 anos estou aprendendo a conviver comigo. Não é fácil, não sou uma pessoa tão fácil de lidar. Mas, estou vencendo. Acordando, levantando e andando, tudo isso sozinha. É bom e é péssimo.

Além de conviver com as minhas inabilidades de não me relacionar sentimentalmente com ninguém, tenho que ter a consciência de que, como diz na música, “um lance é um lance, um lance não é um romance”. A carência me consome e me deixa totalmente acuada. Eu encolho. Sumo.

Acostumada a ter sempre alguém por mim, hoje, me apoio nos meus anjos, meus amigos, minha família linda. Mais uma vez agradeço a Deus por tê-los comigo, sem eles eu não conseguiria nada. Não renego a minha história, nem cuspo no prato em que comi, mas ficar sozinha agora é mais um desafio a ser vencido, conquistado.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sherlock Holmes

Eu até ia escrever um texto sobre o filme "Sherlock Holmes", mas pra que se tem um prontinho e perfeito? kkkk exatamente a minha avaliação sobre o filme... por Janaina Pereira - Cinemmarte.

Sherlock Holmes
http://cinemmarte.wordpress.com/2010/01/06/sherlock-holmes/

Guy Ritchie ficou mais conhecido como o marido de Madonna. O cineasta de Snatch, Porcos e Diamantes esteve envolvido nos últimos tempos com um projeto bastante ambicioso: (mais) uma adaptação para o cinema do clássico personagem de Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes. Os mais céticos acreditavam que Ritchie não daria conta do recado. Grande engano. O diretor não só imprime seu estilo como joga luz e glamour sobre um dos personagens mais fantásticos da literatura. Sherlock Holmes, que estreia nesta sexta dia 8, é sofisticado, elegante, irônico, moderno e autêntico. Uma obra perto da perfeição.

Para quem acha que Sherlock é ‘apenas um detetive’, vamos a algumas explicações. Criado por Sir Arthur Conan Doyle, o personagem surgiu pela primeira vez em Um Estudo em Vermelho, editada pela revista Beeton’s Christmas Annual no Natal de 1887. Sisudo, arrogante e fabulosamente inteligente, já aparece como um brilhante detetive, capaz de desvendar os maiores mistérios usando seus conhecimentos de química e a dedução.

Sempre acompanhado de seu fiel escudeiro, o médico John Watson, não se exercita por vontade própria, mas tem ótima forma, é bom corredor e dotado de uma força pela qual, segundo Watson, poucos poderiam dar-lhe crédito. Apontado como ”excepcionalmente forte nos dedos” (frase do livro A Coroa de Berilos) e um “aperto de aço” (do livro Seu Último Adeus), muito hábil no boxe, esgrima e baritsu, um sistema japonês de defesa pessoal.

Mestre do disfarce, Holmes pode passar facilmente despercebido. Frio, desprendido de qualquer sentimento, sem a menor compaixão pelas mulheres e irônico até dizer chega, nunca usou o cachimbo curvo (usava cachimbo comum) e jamais pronunciou uma das frases mais famosas do mundo.

Isso mesmo. “Elementar, meu caro Watson”, não aparece nos livros. Mas as adaptações teatrais e cinematográficas recriaram o personagem, fazendo da frase uma marca registrada de Sherlock. Guy Ritchie não segue a linguagem que popularizou o herói, e se apoia nos textos de Doyle para fazer seu filme, dando um ar jovial e viril ao personagem. Em Sherlock Holmes, o detetive tem o corpo (e que corpo!), a alma e toda a ironia de Robert Downey Jr, escolha acertadíssima para o papel. O ator está completamente à vontade, e encarna o personagem com convicção. Um raro caso de ‘foram feitos um para o outro’ - Downey Jr é o melhor Sherlock que poderia ser.

Não existe Holmes sem Watson, e coube a outro galã, Jude Law, vestir a elegância discreta do médico. Carismático, doce e amigo fiel, o Dr. Watson de Law ilumina a tela, não sendo um mero coadjuvante. Nesta versão, ele tem destaque e personalidade própria. As melhores cenas do longa são os duelos verbais da dupla, em que podemos perceber como os atores se divertiram enquanto filmavam. Desde já, Law & Downey Jr. – ou Watson & Sherlock – formam uma das melhores dobradinhas do cinema.

Guy Ritchie leva para a telona uma história baseada nos quadrinhos de Lionel Wigram, e inspirada nos contos clássicos de Sir Arthur Conan Doyle. O thriller de ação e mistério narra uma nova aventura de Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) e seu leal parceiro Watson (Jude Law). Tudo parece anormal na vida de ambos: após a resolução de mais um caso – eles conseguem deter o Lorde Blackwood (Mark Strong), que matou inocentes mulheres em rituais e foi condenado à morte – Sherlock não encontra motivação para desvendar outros mistérios e Watson pretende dar um novo rumo à sua vida.

Para surpresa de quem está acostumado às histórias antigas do detetive e seu amigo médico, Dr. Watson está prestes a se casar e Holmes não quer perder o companheiro de aventuras – taí uma sacada bem bacana do roteiro, que permite revelar um pouco do sentimento do personagem, sempre tão racional e preciso.

Mas, para infelicidade – ou não! – da dupla, Lorde Blackwood ressurge das cinzas. O maquiavélico vilão não morre, o que faz Watson voltar a ajudar Holmes, mesmo a contragosto. Eles se unem para deter Blackwood, que está disposto a executar um plano ainda mais diabólico, que pode fazer com que Londres vá pelos ares.

A história é intrincada, como todas de Holmes. É preciso prestar atenção para desvendar os mistérios, saber os rumos da trama e não se perder pelo meio do caminnho. Isso faz parte da essência dos livros e não é diferente no filme. É preciso embarcar na aventura e não tentar adivinhar como tudo termina – sempre achei impossível seguir a lógica de Sherlock, embora no final tudo faça sentido.

Vale ressaltar ainda que o filme conta com Rachel McAdams (Irene Adler, citada em um dos livros de Doyle, uma das poucas mulheres que Holmes via com certo apreço) como o ’enfeite’ da vez. Além de ser sem sal, sem pimenta e sem tempero, a atriz é ‘engolida’ pelas atuações de Downey Jr. e Law. Fraquinha que só ela, é totalmente dispensável em uma futura e bem possível continuação do longa.

Sherlock Holmes ainda mostra que o estilo ‘diretor de videoclipe’ de Ritchie faz bem mesmo em uma obra tão clássica: os cortes rápidos, a câmera lenta que logo agiliza a resolução da cena, as tomadas suspensas, tudo funciona com graciosidade, dando um ar moderno e vigoroso à trama.

Outro destaque é a ótima trilha sonora de Hans Zimmer, além dos belos figurinos e da fotografia exuberante, que imprime um ar obscuro, mas luminoso, para a Londres vitoriana de Sherlock – algo que lembra um pouco os tons sombrios de Tim Burton.

Posso dizer que Sherlock Holmes é daqueles filmes apaixonantes, que permitem o espectador embarcar na telona sem a menor cerimônia. É divertido, inteligente, simpático e bonito de se ver, não só pelo visual da produção, mas também pela boa forma de sua dupla de protagonistas. Elementar, meu caro Guy Ritchie.